terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Indisciplina




Há 30 anos atrás este problema praticamente não existia, pois as escolas do passado seguiam um sistema tradicional, exigindo dos alunos um comportamento quase militar. Quando ocorriam atitudes de indisciplina, os castigos, muitos deles físicos, eram aplicados. Hoje, a escola não adota mais uma postura repressiva e violenta, estamos numa época de valorização da democracia, cidadania e respeito.



“A falta de interesse está muito grande. Os
alunos estão dispersos, não respeitam mais o
professor, estão vivendo em outro mundo. A
tecnologia avançou demais e o professor
infelizmente não acompanhou, ficou
desinteressante para eles. Eles estão
acostumados a apertar botão de videogame,
de computador, a ver televisão e aí aparece o
professor com apagador e giz... O professor não
está conseguindo ter domínio, as aulas estão
muito no passado, muito antigas. Os meios de
comunicação ao invés de ajudar estão
atrapalhando: programas muito violentos. Não
está existindo liberdade com responsabilidade.
As crianças de hoje são mais espertas do que
antigamente. A família não tem colaborado; os
alunos vêm sem limites de casa. Geralmente há
até conivência dos pais: o professor nunca tem
razão. Há muitos problemas familiares. A
própria família não sabe o que fazer; a mãe
fala: “o que eu faço com ele? Vou matar?'. A
disciplina em sala de aula extrapola totalmente
e aí não tem jeito, só se bater e bater não pode.
Eu não sei o que fazer com a classe. Tem hora
que dá vontade de bater em todo mundo. Às
vezes, o professor é completamente ignorado na
sala de aula, você entra e parece que não
entrou ninguém. Por que se dá tanta regalia
para os alunos e o professor é tão esfolado em
sala de aula? Como manter uma aula decente
se você não tem material pedagógico, não tem
condições de trabalho, não tem nada? Você vai
tentar punir o aluno, não pode porque a direção
não deixa, o Estado não permite, os pais não permitem...
Há também a indisciplina social. Há muita
impunidade na sociedade: as pessoas fazem
coisas e não acontece nada com elas. Falta
perspectiva ao jovem: não sabe para que
estudar. Aluno diz: 'eu vou ser jogador de
futebol, não preciso de estudo'. Vai ganhar
muito mais do que eu... Às vezes, muitos de nós,
profissionais da área, ficamos desmotivados
pois o professor não ganha tão bem. O professor
também se desmotiva: Ah, para que eu vou
mudar? Para que fazer meu planejamento
assim? Ah, uso 0 do ano passado'. O que fazer
quando aluno desrespeita muito o professor e
depois diz assim: 'não me amole que hoje eu já
fumei maconha'? Como explicar que a classe é
disciplinada com determinado professor e não é
com outro? É preciso ver a postura do professor,
o método que utiliza. Continuamos com métodos
elitistas e arcaicos. O que é para nós disciplina?
É a prática do silêncio?".



A questão da disciplina pede, para seu enfrentamento, a ajuda de um conjunto
de áreas do conhecimento, como a Sociologia, Antropologia, Psicanálise, Ética,
Política, Psicologia, Economia, História, Tecnologia, Comunicação Social, além
dos próprios saberes pedagógicos. Outro fato a ser considerado é que a
disciplina é apenas um aspecto do processo de educação escolar que, por sua
vez, também é extremamente complexo e exigente, visto que, necessita
participar da formação, ao mesmo tempo, de trinta, quarenta ou mais sujeitos.

Tecnologia da informação e comunicação


Inserir-se na sociedade da informação não quer dizer apenas ter acesso à tecnologia de informação e comunicação (TIC), mas principalmente saber utilizar essa tecnologia para a busca e a seleção de informações que permitam a cada pessoa resolver os problemas do cotidiano, compreender o mundo e atuar na transformação de seu contexto. Assim, o uso da TIC com vistas à criação de uma rede de conhecimentos favorece a democratização do acesso à informação, a troca de informações e experiências, a compreensão crítica da realidade e o desenvolvimento humano, social, cultural e educacional. Tudo isso poderá levar à criação de uma sociedade mais justa e igualitária.
O uso da TIC na criação de rede de conhecimentos traz subjacente a provisoriedade e a transitoriedade do conhecimento, cujos conceitos articulados constituem os nós dessa rede, flexível e sempre aberta a novas conexões, as quais favorecem compreender "problemas globais e fundamentais para neles inserir os conhecimentos parciais e locais" (Morin, 2000, p. 14).
Através da TIC e da Internet, pode-se navegar livremente pelos hipertextos de forma não seqüencial, sem uma trajetória predefinida, estabelecer múltiplas conexões, tornar-se mais participativo, comunicativo e criativo, libertar-se da distribuição homogênea de informações e assumir a comunicação multidirecional com vistas a tecer a própria rede de conhecimentos.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Diferença e Diversidade


"ENQUANTO A COR DA PELE FOR MAIS IMPORTANTE QUE O BRILHO DOS OLHOS, HAVERÁ GUERRA"! BOB MARLEY.


A formação das identidades depende dos processos de socialização e de ensino e aprendizagem que ocorrem de acordo com as características físicas, cognitivas, afetivas, sexuais, culturais e étnicas dos envolvidos nos processos educativos.
Uma educação democrática é aquela em que todos os envolvidos podem participar na definição dos rumos da educação, e não só os dirigentes, professores, acadêmicos e técnicos. A escola é um espaço público para a convivência fora da vida privada, íntima, familiar. Ao nos capacitarmos para a convivência participativa na escola, participamos de um processo de aprendizagem que também nos ensina como participar do restante da vida social.
A escola como esfera pública democrática pode possibilitar a capacitação de pais, alunos e educadores para a participação na busca de soluções para os problemas da escola, do bairro, da cidade, do Estado, do País e da vida da espécie humana no Planeta.
“Um indivíduo ou um grupo de pessoas podem sofrer um verdadeiro dano, uma autêntica deformação se a gente ou a sociedade que os rodeiam lhes mostram como reflexo, uma imagem limitada, degradante, depreciada sobre ele.” Charles Taylor (1994: 58)


Ludicidade

Oficina Ludicidade
Eixo Temático:
Ludicidade - formação do educando na escola.
Justificativa:

Considerando que a escola é um dos principais aparelhos do Estado na formação do indivíduo (Oliver-2003) e que é papel da mesma socializar e formar criticamente o cidadão, torna-se importante um contínuo ato de reflexão de como é processada a práxis pedagógica dentro dessas instituições, quais seus interesses e que tipo de cidadão deseja formar, na tentativa de compreender como se processa a dinâmica escolar de uma dada realidade.
Do mesmo modo quando se fala da prática lúdica escolar, o estudo da realidade é imprescindível, pois desse modo identifica-se as inúmeras dificuldades na adoção dessa práxis e possibilita a reconstrução dessa prática na intenção de melhorar o processo.
Diante disso, análises foram feitas e problemas como: o emprego do lúdico na tentativa de controle do corpo; o descaso familiar com as práticas lúdicas na escola; a prática lúdica na formação de seres competitivos e sem autonomia; entre outros, fizeram despertar o interesse em discutir o tema Ludicidade e suas práticas na escola e na formação do professor, para com isso tentar melhorar e proporcionar outras formas de pensar e agir ludicamente.
Objetivo:
A proposta da presente oficina é trabalhar o tema Ludicidade promovendo um importante debate para a construção, desconstrução e reconstrução de conceitos sobre o termo Lúdico e suas respectivas práticas na escola.
A partir dessas reflexões, fazer uma análise crítica sobre a prática pedagógica lúdica, como ela é posta para os alunos e quais os reflexos que a mesma trará na formação intelectual e moral do indivíduo.
Por fim, disponibilizar atividades que proporcionem o melhor entendimento sobre a finalidade e a ação lúdica na escola.
Metodologia:
Organização de uma oficina, onde serão trabalhados de forma expositiva conceitos e relevâncias sobre a Ludicidade e o que sua prática proporciona na formação do indivíduo, independente de sua faixa etária.
A presente oficina terá três momentos:
· Exposição oral sobre Ludicidade;
· Exposição oral sobre a visita feita ao Colégio Estadual Raul Sá;
· Atividades práticas com jogos e construção de brinquedo.
Jogos:
Os jogos serão feitos, respectivamente, na seguinte ordem:
1. Bingo – O bingo é uma dinâmica de apresentação que pode ser feita a partir do 2º ano do Ensino Fundamental. Pedir que os alunos, quando chegarem à sala, coloquem seus nomes em um pedaço de papel que deverá ficar com o professor. Quando todos já estiverem na sala, pedir para que os alunos peguem uma folha de ofício e dobrem em três partes e em seguida abram a folha e coloquem em cada quadrado marcado, um nome de um colega de classe. O bingo será cantado pelo professor e com os nomes que estão no papel entregue no começo da aula. A intenção não é apenas fazer o aluno bingar, mas proporcionar um primeiro contato descontraído. Por isso, deve - se tirar todos os nomes.
2. João, José e Maria – Cantiga que proporciona maior possibilidade de atenção dos alunos, principalmente na questão da lateralidade. Recomendado a partir dos 6 anos, podendo ser feito em todo Ensino Fundamental. Em filas indianas, coloca-se 4 ou 5 alunos que devem seguir a cantiga. Quem errar ao comando ficará em posição contrária dos seus colegas, o que dificultará o jogo já que a nova posição permite uma visão espelhada do colega que estará neste momento a sua frente.
Cantiga: José é pra direita, João é pra esquerda e Joana não pula... Agora é pra valer, não pode nem mexer: José pra direita, João é pra esquerda e Joana não pula! Joana, José, João!
3. Quem conduz – Jogo que também desenvolve a percepção de lateralidade e tempo do educando, além de proporcionar uma socialização maior com a turma. O jogo poderá começar em dupla e com o decorrer virar um trio, um quarteto e assim sucessivamente. Começa o jogo com um colega guiando seu par que deverá estar com os olhos fechados, recebendo os comandos apenas pelo toque das mãos de quem está guiando. A intenção é que todos cheguem em todas as extremidades da sala sem tocar nas outras duplas.
4. Dominó – Jogo matemático com pedras confeccionadas com as quatro operações. Os alunos devem efetuar a operação e ver qual será a próxima pedra a ser jogada. O número de jogadores por partida é definido a partir da quantidade de pedras criadas.
5. Ditado de palavras – Um ditado diferente, onde quem dita as palavras são os próprios alunos.
6. Criação de um brinquedo – Material: Copo descartável, barbante, papel, fita adesiva e palito de fósforo.
Breve conceito de Ludicidade...
O lúdico tem sua origem na palavra "ludus" que quer dizer jogo, a palavra evoluiu levando em consideração as pesquisas em psicomotricidade, de modo que deixou de ser considerado apenas o sentido de jogo. Faz parte da atividade humana e caracteriza-se por ser espontâneo, funcional e satisfatório. Na atividade lúdica não importa somente o resultado, mas a ação, o movimento vivenciado.
O lúdico, de acordo com o senso comum, é visto como uma atividade não séria, destituída de compromisso e de responsabilidade. Assim, a Ludicidade é reduzida a uma forma de entretenimento ou lazer, desarticulada da atividade laboral e do mundo adulto. Contudo, vale esclarecer que essa visão é completamente equivocada, pois a Ludicidade ocupa um lugar significativo no desenvolvimento humano, podendo ser expressada na linguagem e nos instrumentos, ela amplia os estados da conciência e a atividade. Tal desenvolvimento é composto por atividades lúdicas como o brincar, forma mais livre de exercício funcional, e o jogar, conduta social que impõe regras.
A Ludicidade pode estar inserida também no trabalho. Antigamente, nas "sociedades primitivas comunitárias" ou "tradicionais", o trabalho rinha um caráter lúdico, acompanhado de festas, cantos, celebrações, conversas, permitindo a livre expressão da criatividade e inteligência do ser humano. Na sociedade moderna, as características do jogo, presentes no trabalho, foram encobertas pelo processo contínuo de alienação, onde o tempo é absorvido pela produção, dificultando o espaço para a expressão criativa.
No entanto, as atividades educativas, recreativas, psicológicas, culturais que forem propostas, somente serão lúdicas se propiciarem um estado lúdico dentro de si.


Construtivismo

Construtivismo significa a idéia de que nada está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e se constitui por força de sua ação e não por qualquer dotação prévia, na bagagem hereditária ou no meio, no entanto, pode - se afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e, muito menos, pensamento.
A Educação deve ser um processo de construção de conhecimento ao qual ocorrem, em condição de complementaridade, por um lado, os alunos e professores e, por outro, os problemas sociais atuais e o conhecimento já construído.

Pesquisa na sala de aula

A pesquisa é o caminho a ser seguido por aqueles que desejam construir a sua própria leitura de mundo. Sendo assim, a escola e a sala de aula, apresentam-se como lugares autênticos para a produção de conhecimento coletivo de aprendizagem, ambientes comunicativos e dialógicos favoráveis à comunicação entre sujeito do conhecimento e espírito racional e investigador. Pressupostos indispensáveis à dinâmica da pedagogia de animação, conduzindo a pesquisa à condição de aprendizagem, sob formas de estruturas dialógicas.

De que modo a noção de interdisciplinaridade contribui com a questão pedagógica?

A interdisciplinaridade tem como papel pedagógico transformar velhos conceitos em novas realidades, recriar, renovar, sendo um grande desafio para as instituições de ensino.
Nesse sentido um dos caminhos à ser seguido pelos professores é o trabalho numa perspectiva interdisciplinar, integrando as várias disciplinas que compõem o currículo escolar, mostrando aos alunos que não existe fronteira ente as disciplinas, mas que uma perpassa pela outra, complementando-a.